As diferentes vertentes da pobreza em discussão na Universidade Católica

Tuesday, November 26, 2024 - 11:25

“Sendo o primeiro dos ODS, a erradicação da pobreza, sabemos também que é na agenda 2030 aquele que nós estamos mais longe de atingir.". Foi com estas palavras que Isabel Capeloa Gil, Reitora da Universidade Católica, deu início à Conferência Shades of Poverty: Desafios ao Desenvolvimento Humano Integral, dia 25 de novembro. 

Inserido no Pós-doutoramento em Desenvolvimento Humano Integral, um programa que alinha a missão da Universidade com a visão da ciência, o evento tem como objetivo principal debater as múltiplas dimensões da pobreza e propor possíveis soluções. 

Segundo a Reitora, “precisamos de vontade política. Mas para que a vontade política possa acontecer é fundamental o que a universidade faz: estudar, influenciar, para que iniciativas como esta possam acontecer.” 

Durante a sua intervenção, Isabel Capeloa Gil destacou os dois maiores riscos na abordagem à pobreza. O primeiro é a naturalização, ou seja, normalizar a pobreza. O segundo é a culpabilização, acreditando que as pessoas são “culpadas pela sua própria situação”.  

A resposta, defende, passa por “pensar a pobreza numa lógica interdisciplinar”, como é o caso do Pós-doutoramento em Desenvolvimento Humano Integral da Católica. 

Na mesma linha de pensamento, o Vice-Reitor da Universidade e Diretor da Católica Doctoral School, Peter Hanenberg, sublinhou a importância de uma reflexão abrangente sobre a pobreza, “chamando atenção para os muitos momentos em que se manifesta a pobreza. Pobreza não é só fome, ou pobreza de condições materiais.”. 

A conferência, que decorre dias 25 e 26 de novembro, na Universidade Católica Portuguesa, é organizada pelo 2.º cohort do Programa de Pós-doutoramento, que termina os projetos no início de 2025. 

Este encontro tem o duplo objetivo de promover o diálogo interdisciplinar em torno da pobreza, entendendo-a de um modo holístico, que abrange as privações que as pessoas enfrentam em todas as áreas das suas vidas, e de oferecer respostas para a sua erradicação, a partir dos contributos dos diferentes domínios (ciências humanas, sociais e da saúde), tendo sempre como horizonte o desenvolvimento humano integral.