Abstract
Segundo Harold Bloom, Shakespeare foi o “inventor do humano” e é, como se sabe, figura central da literatura europeia no alvor da modernidade. As grandes tradições humanistas do passado europeu convergem nos seus textos, tal como se reflectem as que lhe são posteriores. A temática e significado da pobreza material e cultural atravessam naturalmente as suas trinta oito peças onde se revela uma sensibilidade que é e já não é a nossa. Esta comunicação revisita alguns desses momentos no todo da obra de Shakespeare onde a meditação e representação da pobreza ocorrem, interpretando através delas valores associados ao (trans-)humano e o desumano, e sua pertinêsncia para o entendimento da realidade cultural e social contemporânea.
Biographic note
Mário Vítor Bastos é professor de literatura no Departamento de Estudos Anglísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e investigador no Centro de Literaturas Lusófonas e Europeias da mesma universidade, onde coordena o grupo de Literaturas e Culturas Europeias. Entre suas publicações encontra-se a organização de um livro dedicado a Shakespeare e Cervantes, poesia portuguesa, inglesa e americana, entre outras. Tem lecionado e participado de encontros académicos na Europa e nas Américas e recentemente co-organizou a conferência internacional Plural Modernities: Modernism and Surrealism in Literature and the Arts.
CLEPUL - Centro de Literaturas e Culturas do Espaço Lusófono Português