Tecnologias da solidão: pobreza, desejo e indigência

 

Abstract

 

O Século XXI é, e será, o século das emoções. Da Filosofia Política à Neurociência, da Economia ao Marketing e Gestão, todas as disciplinas estão hoje dedicadas ao centro emocional emergente do ponto de vista académico, social e civilizacional. Esta apresentação dedicar-se-á a sistematizar o papel da emoção por relação a uma filosofia da tecnologia, ou, para ser mais preciso, à teologia política emergente. Assim, a análise dividir-se-á em:
1) Genealogia conceptual: mal-estar civilizacional. Partindo da necessária hermenêutica relativamente à noção de pobreza que aqui será tratada por relação à sua matiz epistemológica e metafísica (Sartre), mas também e essencialmente por relação à tecnologia, técnica e poder (Foucault, Arendt) na apresentação do nosso argumento tecnológico.
2) Arqueologia tecnológica: mapeamento histórico das fundações da nova teologia política. Mapeamento e diagnóstico do presente através da dialética atenção-distracção na busca de uma definição contemporânea de pobreza. O que é a pobreza hoje? No combate escondido entre Economia e Filosofia, presente nas ideias globais como economia das emoções, capital afectivo, economia da atenção, etc., recorrer-se-á às intuições e percepção de Popper e Virilio, bem como às ferramentas analíticas de Stiegler e Byung-Chul Han, na consideração essencial da noção de pobreza e indigência emocional através de dois casos de estudo: a solidão e o burnout.
3) Uma proposta alternativa: Ética do futuro, Ética do encontro. Parece hoje cada vez mais evidente que existe uma diferença radical e substancial entre conexão e ligação. As pessoas estão mais conectadas, mas não estão mais ligadas. Nesse sentido, discutir-se-á brevemente a posição de Levinas, por relação às noções de cuidado, delicadeza e gentileza. Isto não apenas no sentido de reforçar a ideia de ligação, mas também, e por fim, na apresentação e proposta de uma última adenda resolutiva às leis da robótica de Asimov, que possa contribuir para um futuro civilizacional que ainda possamos contestar, ou problematizar, dentro da lógica silenciosa da nova teologia política.

 


Biographic note

 

CONSTANTINO PEREIRA MARTINS, b. 1974, Lisbon. PhD in Philosophy at NOVA University of Lisbon with the support of FCT. Researcher at IEF of the University of Coimbra, creator and founder of FilArch and AFDLP. Member of ENJP and IAPS. His current research focuses on four key areas: Humor, Politics, Sports and Architecture. He was a visiting researcher at USP, São Paulo, and Concordia University, Montreal.

 


IEF – Universidade de Coimbra

CEG – Universidade Aberta

constantinomar@gmail.com

Testimonial

AntónioOliveiraDHI

António Oliveira

Fellow do Programa em Desenvolvimento Humano Integral
Plural, multidisciplinar, desafiante, potenciador de um humanismo fraterno e inclusivo...

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