O conceito e compromisso de/com a "mudança social" têm estado presentes ao longo dos anos no entendimento global-local da profissão de assistente social. Contudo, no cenário dominante do neoliberalismo económico, temos assistido no campo da intervenção social, à organização da resposta pública a problemas sociais de natureza estrutural assente em medidas pontuais e intermitentes.
Esta realidade tem colocado às organizações públicas e privadas sem fins lucrativos, a necessidade de seguirem práticas centradas na demonstração de resultados e na constante “reinvenção de projetos de intervenção apelativos” que conquistem o olhar dos financiadores e só assim lhes permitem prosseguir a sua sustentabilidade.
Com efeito, pretendemos nesta comunicação (i) iniciar uma análise e discussão em torno do que a literatura nos tem demonstrado sobre “conceitos-chave” inerentes a esta reflexão (e.g. mudança social, avaliação e impacto); (ii) demonstrar, a partir do testemunho de profissionais do Serviço Social recolhido por via de entrevistas semi-estruturadas, o posicionamento de uma profissão comprometida com a defesa dos Direitos Humanos e da justiça social perante tais panoramas; (iii) abrir caminhos para a renovação de mecanismos de avaliação social que combinem ideais de integralidade da Pessoa e de Bem-comum.
Palavras-chave: Mudança social, Serviço Social, Avaliação, Desenvolvimento Humano Integral, Bem-Comum.
Biografia:
Investigadora do Programa de Pós-Doutoramento em Desenvolvimento Humano Integral da CADOS – Universidade Católica Portuguesa. Professora Auxiliar convidada na área do Serviço Social na mesma instituição e membro integrado do Católica Research Centre for Psychological, Family and Social Wellbeing. Doutorada em Serviço Social pelo ISCTE-IUL.
As suas principais áreas de investigação são Serviço Social, Empreendedorismo e Inovação social, com publicações em torno de tais áreas/temas.
Com experiência profissional nos domínios da educação especial, emprego e empreendedorismo social.